Exemplares da obra, que celebra os dez anos da instituição e cinco anos do projeto Colhendo Memórias, serão doados a bibliotecas de escolas públicas de Pontal (SP)

 

As histórias que permearam a vida dos antigos moradores da Fazenda Engenho Central, em Sertãozinho (SP), serviram de inspiração para o livro “Colhendo Memórias”, lançado pelo Museu da Cana, em comemoração aos dez anos de sua fundação. Criada por Ana Luiza Gentil e Dino Bernardi, que também fez as ilustrações, a obra celebra ainda os cinco anos do projeto homônimo, criado para difundir a história do trabalhador rural evidenciando seu protagonismo na cadeia do setor sucroenergético.

 

Com características poéticas que o transforma em uma publicação para crianças e adultos, o livro traz em suas páginas memórias vivas do cenário rural que permeia o nordeste paulista. “É um deleite para os apreciadores das artes do escrever e do ilustrar, inicialmente, é voltado a crianças, mas percebemos que também encanta muito os adultos e as pessoas da terceira idade, principalmente, por remeter ao passado e mexer com suas lembranças”, comenta Maria Esteves, produtora executiva do projeto Colhendo Memórias.

 

“A inspiração veio das histórias do povo que ali vive, das paredes do Engenho, museu guardador dessas memórias, desse chão vermelho. Houve um mergulho em pesquisas literárias sobre o universo da roça e toda a beleza que vem dela. O uso da linguagem poética carregou de afetos o cotidiano desse lugar. Muitas conversas, muito trabalho e muitos encontros para realizar o trabalho que é de todos nós. E continuemos a colher memórias”, diz Ana Luiza.

Na ilustração, Dino utilizou técnicas mistas com aquarela, lápis de cor, guache, lápis aquarelado, entre outras. “Eu pensei muito em atmosferas, tanto é que o céu tem um protagonismo nas ilustrações, assim como a vegetação e suas cores, que são muito importantes. Tentei trazer o calor dessa alma do povo dessa terra. É um prazer muito grande participar da manutenção dessas memórias tão ricas e que fazem parte de nós”, comenta Bernardi.

 

O livro “Colhendo Memórias” foi viabilizado pelo ProAC ICMS, política pública da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, como produto cultural do projeto homônimo do Museu da Cana e teve como seu patrocinador a Sorocaba Refrescos. "Apoiar o Museu da Cana significa conhecer melhor o nosso passado, cuidar melhor de nossas crianças e, assim, construir um futuro melhor.", afirma Cristiano Biagi, diretor-presidente da empresa patrocinadora.

 

Dos 600 exemplares impressos, 280 serão doados às bibliotecas das escolas públicas de Pontal (SP). Cada uma receberá 40 livros, assim, os professores poderão trabalhar a obra dentro da sala de aula com os alunos.

 

 

Dez anos do Museu da Cana

Localizado na Fazenda Engenho Central, zona rural de Sertãozinho (SP), o Museu da Cana apresenta números que o coloca em pé de igualdade com os importantes museus do Brasil. Neste período de existência, o local contabiliza 200 mil visitantes, 11 programas culturais, educativos e sociais em curso, entre eles, o Colhendo Memórias, o Verdear, a Biohorta e também o projeto Jovem Aprendiz, para formação de jovens para o trabalho em atividades rurais.

“O museu realiza ainda ações e projetos que enaltecem saberes, crenças e costumes da vida no campo, como a tradicional Festa Junina que atrai, a cada ano, milhares de pessoas, seguindo uma tradição de mais de 60 anos no Engenho Central”, comenta Leila Heck, diretora da instituição.

 

O local preserva um rico acervo de peças, maquinários e um complexo arquitetônico representativo do processamento da cana-de-açúcar, datados do século XIX e início do XX, destacando-o como um espaço de preservação das antigas tecnologias de produção de açúcar e álcool. A oficina de forja da Usina Schmidt foi uma incubadora de talentos que, mais tarde, criaram o importante parque metalúrgico de Sertãozinho, hoje uma referência no setor sucroenergético mundial. “O museu segue formando mão-de-obra nas áreas de cultura, artes, técnicas de conservação e pesquisa histórica, fomentando e gerando riquezas para Sertãozinho e região”, afirma Leila.

 

De acordo com ela, o sonho de transformar o Engenho Central em museu foi de Luiz Biagi, empresário do setor sucroalcooleiro e amante da tecnologia, que desde os anos 1980, acalentou a ideia de preservar os edifícios e a mata do entorno. O sonho tornou-se realidade em 13 de dezembro de 2013, quando juntamente com sua esposa Carina, inauguraram o Museu da Cana, um lugar que proporciona uma experiência de reconexão com o passado e possibilita o conhecimento e valorização do trabalho nas usinas de açúcar e álcool.

O Museu da Cana fica na Fazenda Engenho Central, Casa 1, zona rural de Sertãozinho (SP). Para informações e agendamentos de visitas de grupos, ligue: (16) 3497-5008 ou 99740-5008. Acesse www.museudacana.org.br e saiba mais sobre a instituição.

 

Site cultural de Ribeirão Preto

Desde 2013 propagando arte e cultura.